Honda quer continuar limitando os gastos com incentivos, à medida que os estoques se recuperam
Os incentivos mais baixos para os veículos americanos estão ajudando a Honda Motor Co. a enfrentar a escassez global de semicondutores e a pandemia de COVID-19, mas a empresa diz que poderá haver alguns ajustes à medida que os estoques e a oferta retornarem em níveis mais normais este ano.
Ao anunciar os resultados financeiros trimestrais na quarta-feira, a montadora citou os gastos reduzidos ao aumentar sua meta de lucro operacional para o ano fiscal, que termina em 31 de março.
A lucratividade aprimorada ocorre mesmo quando a Honda lida com desacelerações na produção e queda nas vendas. Na América do Norte, por exemplo, a empresa informou que a produção da fábrica foi prejudicada pelo surto da variante ômicron, causando escassez de mão de obra nos fornecedores.
Os níveis de estoque nos EUA encolheram para meros 11 dias, comunicou o diretor executivo sênior Kohei Takeuchi, ao detalhar os resultados do terceiro trimestre fiscal da empresa, encerrado em 31 de dezembro.
No entanto a Honda declarou que os níveis de produção e estoque devem aumentar no próximo ano fiscal, a partir de 1º de abril. E isso significa tentar manter a abordagem disciplinada.
“Queremos manter os incentivos o máximo possível, mas temos que consultar os revendedores sobre quanto estoque eles manterão. Pode haver algumas margens para aumentar os incentivos devido a isso”, disse Takeuchi.
Uma maneira pela qual a Honda espera manter um limite nos gastos é por meio da introdução de novos produtos que comandam melhor poder de preço, informou Takeuchi. O executivo não especificou quais veículos estão disponíveis, mas os crossovers CR-V, HR-V, Passport e Pilot devem ser atualizados.
Segundo a Honda o lucro operacional deve atingir 800 bilhões de ienes (US$ 6,95 bilhões) no ano fiscal encerrado em 31 de março, acima da meta anterior de 660,0 bilhões (US$ 5,73 bilhões).
A nova meta representa um aumento de 21% em relação aos resultados do ano fiscal anterior.
A Honda elevou sua perspectiva mesmo com o lucro operacional caindo 17%, para 229,4 bilhões de ienes (US$ 2,00 bilhões) no período de outubro a dezembro. O lucro líquido caiu 32%, para 192,9 bilhões de ienes (US$ 1,68 bilhão) no trimestre, enquanto a receita caiu 2,2%, para 3,69 trilhões de ienes (US$ 32,06 bilhões).
As vendas globais de veículos da Honda também recuaram, caindo 21% para 1,09 milhão de unidades, em grande parte devido à queda nas entregas nos principais mercados dos EUA e da China. As vendas na América do Norte caíram para 311.000 veículos no período de três meses, de 479.000 unidades um ano antes.
A Honda vê suas vendas na América do Norte caírem 10%, para 1,33 milhão de veículos, no atual ano fiscal que termina em 31 de março, enquanto as entregas mundiais caem 7,6%, para 4,2 milhões de veículos.
Olhando para o próximo ano fiscal, o vice-presidente executivo Seiji Kuraishi informou que o desejo da Honda é que as vendas globais aumentem, pelo menos ultrapassando o nível de 4,6 milhões de unidades.
Fonte: Automotive News