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Alacero Summit 2023: Desafios e oportunidades no setor de aço na América Latina

o Alacero Summit, evento no qual mais
de 700 executivos do setor se reuniram para falar sobre os desafios e oportunidades do
setor de aço, além de abordar o panorama geral da indústria e a influência externa no
mercado regional.
A Alacero estima que, ao longo de 2023, o consumo de laminados aumentará 2,4% em
relação ao ano anterior, atingindo 71Mt, enquanto a produção local registrará uma queda de
7,5%, totalizando 58Mt. O aumento do consumo será impulsionado pelo crescimento da
participação das importações extra-regionais, que em 2022 representou 31% (21,2 Mt) e
deverá ser de 34% (24,3 Mt) em 2023, registrando um crescimento de três pontos
percentuais. Em relação a 2022, o volume de exportações apresentará uma redução de 2,6
Mt, registrando 7,9 Mt, enquanto o volume de importações aumentará 2,1 Mt, totalizando
26,5 Mt. Os números mostram que ainda há forte atividade extrarregional na cadeia. De
2015 a 2023, 88% do aço consumido na América Latina veio de importações extra-regionais,
devido a assimetrias competitivas que impactam a oferta local.
Nesse sentido, durante o Alacero Summit 2023, foi destacado um risco iminente em relação
ao comércio desleal proveniente do mercado chinês: atualmente, a China continua a ser a
principal origem do aço extra-regional importado, representando 29%. Isso se reflete no
número de ações antidumping abertas na LATAM ao longo do primeiro semestre de 2023:
63% são dirigidas contra a China.
“Na América Latina, produzimos aço com uma pegada de carbono 15% inferior à média
global e 30% inferior à da China. Porém, hoje, boa parte do aço consumido na região vem
direta e indiretamente do país, em condições que não são de mercado justo, substituindo
empregos de qualidade e afetando o meio ambiente”, reforça Alejandro Wagner, diretor
executivo da Alacero.
Dados recolhidos pela Alacero e pela worldsteel mostram que, em 2022, a quantidade
média global de CO2 emitida por tonelada de aço bruto produzido foi de 1,91t, enquanto a
da China foi de 2,24t e a da América Latina foi de 1,55t, o que significa uma queda de 7% em
relação ao ano anterior.
As empresas que produzem aço na América Latina estão fazendo progressos constantes ao
tomar medidas que reduzem a sua pegada de carbono. A América Latina precisa de uma
transição justa: tem vantagens em termos de recursos naturais, mas também prioridades
sociais e econômicas que os países desenvolvidos já resolveram.
“Temos uma matriz produtiva sofisticada, com um tecido industrial robusto de grandes
empresas e PMEs. No entanto, uma maior estabilidade econômica e política e regimes fiscais
e laborais modernos são essenciais para gerar mais incentivos ao investimento, ao emprego
e, acima de tudo, à competitividade. Condições tão fundamentais quanto básicas para
enfrentar o enorme desafio que temos pela frente”, concluiu Wagner.
Mais sobre o balanço de 2023:
Consumo aparente por país
Os dados apresentados pela entidade no Alacero Summit demonstram também o consumo
aparente de laminados por país em 2022 e a expectativa para 2023. O México registrou -2%
no ano passado e atinge estimativa de 9,7% para este ano. O Brasil, por sua vez, fechou 2022
com -10,6% e deverá fechar 2023 com -1,5%. A Argentina fechou 2022 com 1,2% e planeja
fechar 2023 com 0,7%, enquanto a Colômbia registrou -13,7% em 2022 e 2,4% em 2023.
Consumo aparente por setores
O setor da construção segue à frente dos segmentos que mais consumiram aço ao longo de
2023, com 48,5%; seguido pelo automotivo com 17,5%; produtos de metal com 14,5%;
máquinas mecânicas com 13,3%; equipamentos eletrônicos com 2,9%; uso doméstico com
2,5% e outros transportes com 0,9%.
Potencial de criação de empregos
O evento Alacero Summit também destacou como a promoção da indústria impacta o
desenvolvimento econômico dos países. O setor siderúrgico na América Latina é um
importante motor de criação de empregos, agregando 1,4 milhão de funcionários em 2022:
230 mil diretos e 1,15 milhão indiretos. Ou seja, para cada emprego na indústria, são criados
outros 5 na cadeia de valor. Por isso, os executivos salientam que, para que o mercado
continue e prospere com o seu potencial de criação de oportunidades, é cada vez mais
essencial tomar medidas contra o domínio chinês e a favor da valorização da produção e dos
empregos locais.
Sobre a Alacero
A Associação Latino-americana de Aço é uma entidade civil sem fins lucrativos que integra a
cadeia de valor do aço latino-americano com o objetivo de promover emprego industrial de
qualidade, integração regional, inovação tecnológica, cuidado com o meio ambiente,
excelência em recursos humanos, segurança no trabalho, desenvolvimento integral de suas
comunidades e responsabilidade corporativa. Fundada em 1959, é composta por mais de 60
empresas produtoras e afins e mais de 1,4 milhão de trabalhadores, cuja produção se
aproxima de 60 milhões de toneladas por ano. A Alacero é reconhecida como Organização
Especial de Consultoria pelas Nações Unida e representa a cadeia latino-americana perante
organismos internacionais como worldsteel, OCDE, Agência Internacional de Energia (IEA),
ONU (UNCTAD) e BID, aos quais leva as ideias e posições de seus parceiros.

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