A PepsiCo está supostamente cortando centenas de empregos corporativos em suas divisões de lanches e bebidas na América do Norte, tornando-se a mais recente de uma lista crescente de grandes empresas a reduzir sua força de trabalho, pois a inflação continua elevada e o risco de recessão persiste.
As demissões da PepsiCo podem indicar problemas econômicos mais amplos
Alguns dos maiores empregadores do país em varejo e tecnologia, incluindo Walmart, Amazon e Meta, controladora do Facebook, cortaram milhares de cargos nas últimas semanas. Isso se soma a reduções significativas no mundo da mídia, inclusive na CNN e nos jornais Gannett . (O fundador da Amazon, Jeff Bezos, é dono do The Washington Post.)
Mas as empresas estão cada vez mais voltadas para funcionários corporativos e de colarinho branco, mantendo intacta a equipe de linha de frente e voltada para o cliente. E embora muitos grandes varejistas contratem pesadamente para a temporada de compras natalinas , eles ainda reduziram, atentos ao aumento dos custos trabalhistas.
Os cortes da PepsiCo podem não ser grandes numericamente – a empresa tinha cerca de 129.000 funcionários nos Estados Unidos no final do ano passado – mas o que eles sinalizam é ”mais ameaçador”, segundo o analista de varejo Neil Saunders.
“Se uma empresa com bom desempenho, com lucros e receitas sólidos nos últimos trimestres, está reduzindo sua força de trabalho, é provável que outras empresas considerem movimentos semelhantes”, disse ele em um comunicado por e-mail.
As demissões seguem o que os líderes da empresa dizem ter sido um terceiro trimestre forte: a receita líquida aumentou 8,8% durante o período de três meses e cresceu 7,7% desde o início do ano. As ações subiram mais de 4,5% em 2022.
A PepsiCo, que produz lanches como Doritos e batatas fritas Lay’s e bebidas como Gatorade, Bubly, Aquafina e seus refrigerantes homônimos, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do The Washington Post.
A empresa, que tem um valor de mercado de US$ 252,3 bilhões, está simplesmente sinalizando que os ventos contrários estão por vir, disse Tom Essaye, presidente da Sevens Report Research.
“Isso está realmente confirmando muitos outros sinais de que estamos caminhando para uma desaceleração econômica potencialmente bastante significativa”, disse ele.
Mesmo assim, o mercado de trabalho tem mostrado notável resistência à medida que o Federal Reserve aperta as taxas de juros em um esforço para conter a inflação. A economia dos EUA criou 263.000 empregos em novembro, informou o Bureau of Labor Statistics na sexta-feira – uma ligeira queda em relação a outubro, mas ainda acima das normas históricas.
O enigmático quadro econômico deixou os economistas divididos sobre se os Estados Unidos entrarão em recessão no próximo ano, especialmente porque demissões de alto nível e desaceleração nas contratações continuam ocorrendo. Disney, AMC Networks e Cisco anunciaram reduções significativas de pessoal. O BuzzFeed disse em um comunicado na terça -feira que cortaria cerca de 12% de sua força de trabalho. Espera-se que a Amazon corte cerca de 10.000 funcionários corporativos , uma grande reviravolta após os anos de crescimento maciço da gigante do comércio eletrônico. Meta disse que cortaria 11.000 funcionários, e o Google e outros anunciaram contratações lentas.
Não está claro se as demissões em tecnologia e mídia são um prenúncio de recessão, mas a disseminação para outras indústrias deixou alguns analistas e observadores cada vez mais cautelosos. Ford Motor Co. , DoorDash e H&M anunciaram cortes profundos nos últimos meses. Na terça-feira, a CNBC informou que o banco global de investimentos Morgan Stanley eliminou cerca de 2% de sua força de trabalho, afetando 1.600 pessoas.
Congelamentos de contratações em larga escala e cortes de empregos entre trabalhadores de colarinho branco começaram para valer neste verão, com empresas de tecnologia especialmente atingidas. Vários especialistas dizem que essas empresas provavelmente contrataram mais do que precisavam nos últimos anos, quando o capital estava disponível gratuitamente e a pandemia aumentou os resultados financeiros de muitas grandes empresas de tecnologia.
As dezenas de milhares de trabalhadores de tecnologia demitidos este ano podem marcar o fim de uma década historicamente forte para o setor, e economistas dizem que pode haver implicações para outros negócios, já que a economia mostra sinais de desaceleração.
As demissões da PepsiCo terão como alvo sua divisão de bebidas em Purchase, NY, e seus negócios de salgadinhos e alimentos embalados, com sede em Chicago e em Plano, Texas, de acordo com o Journal.
Um memorando para a equipe explicava que as demissões visavam “simplificar a organização para que possamos operar com mais eficiência”, informou o Journal.
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