
Governo tem meta de acabar com IPI pela reforma tributária, afirma Alckmin
No último dia 16, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez uma declaração durante uma reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmando que vai trabalhar para acabar com a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Na primeira reunião da diretoria da Fiesp do ano, Alckmin destacou que o IPI não foi incluído na lista de medidas fiscais apresentadas na segunda semana de janeiro pelo Ministério da Fazenda. Além disso, disse que o próximo passo será buscar o fim do tributo, seguindo o que é solicitado pelo setor industrial há anos, através de uma rápida reforma tributária.
Diante dos industriais, o vice-presidente e ministro contou que havia possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI, e conseguiram que isso não fosse incorporado. Agora, a próxima meta é acabar com o IPI, por meio de uma reforma tributária, classificando a medida como “central” para promover o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), pela simplificação da cobrança de impostos.
Alckmin ainda citou as duas Propostas de Emenda Constitucional (PECs) em tramitação no Congresso, e que podem ser “aperfeiçoadas”, defendendo que a reforma seja aprovada ainda no primeiro ano do mandato. O programa de financiamento das exportações também foi defendido pelo vice-presidente, com o objetivo de recuperar espaços nos mercados internacionais perdidos para a China. O ministro também observou que o Brasil perdeu presença no mercado argentino, um dos principais destinos dos produtos manufaturados, porque a China financia importadores do país vizinho.
“A Abimei defende a reforma tributária há muito tempo, pois sabemos que a carga de impostos para as indústrias no Brasil é muito pesada,” opina Paulo Castelo Branco, economista e presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais). Segundo o economista, essas propostas e a atenção dada para as demandas da Indústria são um bom sinal, podendo ser o início das medidas necessárias para iniciar o processo da reindustrialização no Brasil, pauta defendida pela Abimei.
“Para uma participação de aproximadamente 11,8% do mercado industrial atualmente no PIB, o segmento arca com quase 40% de toda a carga tributária arrecadada no Brasil. Somente por este dado é possível perceber que existe algo bem descompensado e que, desta forma, se torna impossível termos um setor produtivo industrial competitivo e lucrativo”, finaliza Castelo Branco.
A entidade acredita que a redução do IPI, aliada à outras iniciativas que beneficiem a indústria, serão fundamentais para o desenvolvimento do setor e o processo de reindustrialização, pois contribuem para tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional, além de criar mais oportunidades de emprego e geração de riquezas para o País.
Fonte: Missão comunicação