BRASIL: Mercado brasileiro de sucata ferrosa com anúncios de baixas de preços e desafios para novas transações
Mercado brasileiro de sucata ferrosa reportou novos anúncios de baixas de preço de R$ 50 a R$ 200/t. Região Nordeste estava liderando na equalização de preços mais baixos.
Um fornecedor de sucata não ferrosa disse ter sido possível manter os preços estáveis: “Com a pequena recuperação da LME [London Metal Exchange], vou manter a tabela.”
Embora a LME tenha apresentado ligeira recuperação de 4,3% na semana, foram reportados preços mais baixos para a sucata de latinha de alumínio e estamparia de alumínio. Houve transações a preços mais baixos ouvidas durante a semana: R$ 6,20/kg para a latinha solta e limpa e R$ 6,60/kg para a estamparia de alumínio.
A Platts avaliou a sucata de estamparia de alumínio com queda de 6,3% a R$ 7,50/kg FOT (faixa de R$ 7,00-8,00/kg) e as sucatas de latinhas de alumínio com queda de 1,5% a R$ 6,75/kg FOT (faixa de R$ 6,60-6,90/kg) até 17 de julho. A sucata de perfil de alumínio permaneceu sem alterações na semana a R$ 11,25/kg FOT, com base na maioria das transações, ofertas de venda e ofertas de compra mais repetíveis entre R$ 10,50-12,00/kg.
O mercado de sucata ferrosa recebeu novos anúncios de baixa. Uma fonte do estado de São Paulo disse: “O mercado está uma bagunça. Baixas de preços a cada 15 dias e não sei por qual preço comprar os materiais, pois a instabilidade dos preços de venda [para a siderurgia] está gigantesca. Mas eles [siderúrgicas] não carregam [material].”
Foi verificado que na região Sudeste, escopo geográfico prioritário de pesquisa da Platts, os preços mais baixos anunciados na faixa dos R$ 700/t para sucata de estamparia de aço e R$ 450/t para a sucata de cavaco de aço não implacaram desde a semana anterior. Os fornecedores ainda aguardavam a nova lista de preços de outra siderúrgica na manhã do dia 17 de julho.
No Nordeste, foram encontrados preços praticamente equalizados entre as maiores siderúrgicas, entre R$ 700/t e R$ 850/t para sucata mista e sucata miúda pesada, respectivamente.
No Sul, foram anunciadas baixas para a sucata miúda pesada e sucata mista a R$ 650/t, mas os recicladores não estavam cedendo. Uma fonte local disse: “O pessoal tem comentado sobre as questões das baixas, mas isso tem acontecido todos os dias. De fato, o preço não tem se alterado, ele já está bem baixinho.”
“Estou acumulando sucata, o que nesse momento é ruim, pois a tendência é de mais baixas”, disse um reciclador disposto a negociar melhores preços em meio às baixas anunciadas.
Algumas usinas têm reportado buscar prazos mais largos para pagamento de 15 a 20 dias diante da inadimplência.
Em geral, as baixas anunciadas na semana abrangeram o range de R$ 50/t a R$ 200/t, compreendendo siderúrgicas e fundições. Preços mais altos e pouco repetíveis para a sucata miúda pesada, antes no patamar de R$ 1.500/t, caíram para R$ 1.300/t, por exemplo.
Uma fonte geradora fornecedora de estamparia premium registrou venda do material com R$ 300/t de baixa para uma siderúrgica e esclareceu: “A justificativa deles foi o custo e perda de competitividade com materiais internacionais.”
A Platts avaliou em 14 de julho a bobina a quente [BQ] brasileira com prêmio de 37% em relação ao preço da BQ chinesa entregue nos portos brasileiros em US$ 700,94/t, após desembaraço aduaneiro. Normalmente, prêmios acima de 15-20% são vistos como incentivos para as importações ou descontos no mercado doméstico.
Os recicladores têm informado uma série de paralisações de usinas nos estados do Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em resposta oficial à Platts, uma usina respondeu que não se posicionaria, e a segunda informou que se trata de informação estratégica.
A Platts avaliou preços estáveis até 17 de julho para a sucata ferrosa, sendo a sucata miúda pesada brasileira a R$ 1.000/t FOT (faixa de R$ 900-1.100/t), a sucata de estamparia a R$ 1.050/t FOT (faixa de R$ 900-1.200/t) e a sucata de cavaco de aço sem alteração na semana em R$ 650/t FOT, com base na maioria das transações, ofertas de venda e ofertas de compra mais repetíveis entre R$ 600-700/t.
A Platts é parte da S&P Global Commodity Insights.
Fonte: Platts
