
Boom da energia eólica offshore provocará onda de navios de US$ 26 bilhões
Uma próxima explosão na energia eólica offshore globalmente, antes do final da década, verá US$ 26 bilhões investidos em novas embarcações para atender à indústria, de acordo com o maior corretor de navios do mundo.
O boom esperado vem com os gastos com tais embarcações já em níveis recordes e o número de projetos eólicos offshore globais deve saltar mais de 160% até 2030, calcula a Clarksons, listada em Londres.
A entrada antecipada de dinheiro na instalação eólica fresca (WTIVs) e nas embarcações de apoio à tripulação ou serviço (C/SOVs) é impulsionada pela demanda na Ásia, EUA e Europa, disse o diretor-gerente da Clarksons Research, Steve Gordon, à publicação irmã da Upstream, Recharge.
“A empolgante fase de crescimento da energia eólica offshore está em andamento”, disse Gordon, cuja empresa esteve envolvida em transações de embarcações eólicas no valor de US$ 1 bilhão.
Os desenvolvedores de projetos estão correndo para garantir embarcações capazes de instalar projetos de gigascale usando turbinas com placas de 15 megawatts ou maiores na próxima década, gerando temores entre alguns do setor sobre se WTIVs suficientes estarão disponíveis no mercado para atender à demanda.
A Clarksons calcula que mais de US$ 26 bilhões serão gastos em novas embarcações eólicas offshore até o final de 2028. Isso abrangerá US$ 21 bilhões em 70 WTIVs e mais 90 C/SOVs, que custariam US$ 5 bilhões, explicou Gordon.
Embora se espere que a China continue sendo um mercado dominante e fechado, Clarksons acredita que outros pontos críticos também alimentarão o impulso de investimento.
Investidores novos e existentes inspiram gastos recordes
Gordon disse que o noroeste da Europa continuará a ser um importante impulsionador da demanda WTIV, com mais de 7.000 turbinas a serem instaladas em todo o continente até o final da década.
“Setores emergentes como os EUA e Taiwan também apoiarão a crescente demanda por embarcações”, acrescentou Gordon.
Gordon diz que 2022 foi um ano recorde para a atividade de pedidos de novas construções nos setores WTIV e C/SOV. No total, 25 WTIVs, no valor de US$ 4,1 bilhões, foram contratados, juntamente com um recorde de 24 C/SOVs, calcula Clarksons.
Isso se compara a uma frota global de 78 WTIVs e 32 C/SOVs já na água. Um total de 47 WTIVs e 39 C/SOV newbuildings estão nos livros dos estaleiros do mundo.
A Clarksons disse que o investimento vem de operadores de embarcações novas e existentes no mercado.
A Nantong Ocean Water, nome líder na China, tem cinco WTIVs encomendados, além de suas quatro unidades na água, enquanto internacionalmente a Eneti, liderada pelo magnata da navegação Emanuele Lauro, tem cinco embarcações na água por meio da subsidiária Seajacks e mais duas em pedido.
Os recém-chegados incluem a Maersk Supply Service, parte do conglomerado marítimo dinamarquês, que contratou seu primeiro WTIV na Sembcorp Marine.
No ano passado, a capacidade eólica offshore ativa global cresceu 15% para ficar em 60 gigawatts, de acordo com dados citados pela Clarksons.
Isso foi distribuído em 275 projetos e 12.100 turbinas, enquanto a capacidade instalada global quase dobrou desde o final de 2021, disse Gordon.
“Até 2030, a Clarksons Research está projetando que mais de 250 GW estarão ativos globalmente em 730 fazendas e 30.000 turbinas, e até 2050, estamos projetando que a energia eólica offshore representará entre 7% e 9% do mix global de energia [contra 0,4% hoje ],” ele explicou.
Fonte: Up Stream