
BRASIL: Mercado brasileiro de sucata ferrosa enfrenta penalizações por critérios de qualidade
O mercado brasileiro de sucata ferrosa reportou desconto por penalidade devido a critérios mais exigentes para a sucata de estamparia de aço. Enquanto aqueles que lidam com sucata não-ferrosa disseram que a coleta tem sido desencorajada em meio à baixa demanda do mercado.
“Estão pegando pesado na qualidade para baixar custo,” disse um reciclador que sofreu desconto por penalidade de R$ 70/t devido aos resquícios de dois extintores em uma carga de sucata de estamparia de aço.
Outro fornecedor reportou que a siderurgia tem solicitado especificação de estamparia mais premium.
Os recicladores continuaram reportando novos anúncios de baixa, variando entre R$ 100 e R$ 200, por usinas e fundições. No entanto, poucas transações foram realizadas durante a semana de reuniões de negociação.
Na região Sudeste, foi reportada uma transação a R$ 1.100/t para a sucata de estamparia de aço e duas transações a R$ 1.010/t e R$ 1.250/t para a sucata de miúda pesada para a siderurgia. Os preços absorvidos foram resultantes das aplicações de baixas ocorridas ao longo da semana.
Uma fonte de fundição disse que a compra de material de estamparia de especificação mais premium está reduzida, o que poderia afetar os preços devido à sobra de material no mercado. No entanto, refletiu sobre o mercado de sucata: “Eu sinceramente acho que em relação ao preço de sucata estamos meio que chegando ao limite.”
Uma fonte de reciclagem explicou que as fontes geradoras estão resistentes em acreditar nas baixas de preços aplicadas.
Uma das usinas anunciantes de baixa de preço reportou à Platts que irá aplicar redução de custo no vergalhão e sinalizou: “Tem forte pressão para caírem ainda mais [os preços da sucata],” em consequência do enquadramento do preço do aço.
Outra fonte de usina também anunciante disse que as projeções para o segundo semestre não eram positivas: “Ainda não chegamos ao fundo do poço e poderá haver mais anúncios de baixas.”
De acordo as estatísticas do Instituto Aço Brasil, a produção de aço bruto do Brasil caiu 8,9% no primeiro semestre de 2023 quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O Instituto prevê uma queda de 5% em relação ao ano de 2022 para 32,4 milhões de toneladas ao longo do ano de 2023.
A Platts avaliou preços estáveis até 24 de julho para a sucata miúda pesada brasileira a R$ 1.000/t FOT (faixa de R$ 900-1.100/t), a sucata de estamparia a R$ 1.050/t FOT (faixa de R$ 900-1.200/t) e a sucata de cavaco de aço sem alteração na semana em R$ 650/t FOT, com base na maioria das transações, ofertas de venda e ofertas de compra mais repetíveis entre R$ 600-700/t.
O mercado de sucata não-ferrosa continuou reportando baixos preços e, desta vez, para todos os materiais. A LME apresentou queda de aproximadamente 2% na semana.
Um fornecedor disse: “As empresas laminadoras estão muito preocupadas com o baixo volume,” referindo-se à baixa coleta de material em consequência da baixa demanda.
A Platts avaliou a sucata de estamparia de alumínio com queda de 6% a R$ 7,05/kg FOT (faixa de R$ 6,60-7,50/kg), a sucata de perfil de alumínio com queda 2,2% a R$ 11,00/kg FOT (faixa de R$ 10,20-11,80/kg) e as sucatas de latinhas de alumínio com redução de 3% R$ 6,60/kg FOT (faixa de R$ 6,20-6,90/kg), com base na maioria das transações, ofertas de venda e ofertas de compra mais repetíveis reportadas até 24 de julho.
A Platts é parte da S&P Global Commodity Insights.
Fonte: Platts