
Exxon é a mais recente grande petrolífera a anunciar saída da Rússia por invasão da Ucrânia
A ExxonMobil informou que planeja se retirar de um grande projeto de petróleo e gás na Rússia e que não fará novos investimentos no país, tornando-se a mais recente grande empresa de energia a romper os laços com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O projeto offshore, na costa da ilha de Sakhalin, foi um grande foco do ex-CEO da Exxon, Rex Tillerson, que começou a supervisionar o investimento no final da década de 1990 e desenvolveu um relacionamento próximo com o presidente russo, Vladimir Putin, antes de ser nomeado primeiro secretário de governo do presidente Donald Trump.
“A ExxonMobil apoia o povo da Ucrânia enquanto procura defender sua liberdade e determinar seu próprio futuro como nação. Lamentamos a ação militar da Rússia que viola a integridade territorial da Ucrânia e põe em perigo seu povo”, declarou a empresa em comunicado na terça-feira.
A Exxon detém uma participação de 30% no projeto como parte de um consórcio que também inclui a Rosneft da Rússia e empresas japonesas e indianas. O projeto gerou mais de US$ 16 bilhões em impostos, royalties e outros pagamentos aos governos russos, federais e regionais, de acordo com o site da empresa.
A Exxon denominou o projeto como um dos maiores investimentos estrangeiros diretos na Rússia e o desenvolve desde a década de 1990.
“Estamos iniciando o processo de descontinuação das operações e desenvolvendo medidas para sair do empreendimento Sakhalin-1”, disse a empresa.
A Exxon informou que, como administra o projeto como operadora, seu esforço para “descontinuar as operações precisará ser cuidadosamente gerenciado e coordenado de perto com os coempreendedores para garantir que seja executado com segurança”.
O papel de Tillerson na supervisão do projeto levou a relacionamentos profundos com líderes russos, incluindo Putin, com quem Tillerson se encontrou em várias ocasiões, tanto como chefe da Exxon quanto mais tarde como secretário de Estado no governo Trump.
A BP, a Shell e uma série de outras empresas ocidentais anunciaram nos últimos dias que planejam deixar a Rússia. Não está claro se alguma das empresas encontrará compradores para suas participações ou se simplesmente se afastará.
Fonte: The Washington Post