Completando sua remontagem do antigo negócio químico da BP, a Ineos concordou em comprar uma participação de 50% na Shanghai SECCO Petrochemical da gigante química chinesa Sinopec. Além disso, como parte desse grande impulso para a China, a Ineos fará parceria com a Sinopec em projetos futuros em acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS) e polietileno de alta densidade (HDPE).

Ineos faz Grande China avançar em acordos com Sinopec
De acordo com a Ineos, os negócios valem US$ 7 bilhões e, em última análise, gerarão US$ 10 bilhões em vendas anuais.
A Sinopec construiu a planta SECCO com a BP em 2005 a um custo de US$ 2,7 bilhões. O complexo, em Xangai conta com um cracker de etileno e produz derivados como polietileno, polipropileno, estireno, poliestireno e acrilonitrila. A SECCO teve vendas de US$ 4,6 bilhões e lucro líquido de quase US$ 450 milhões em 2021.
Quando a Ineos comprou o negócio de poliolefinas da BP por US$ 9 bilhões, também em 2005, a BP deixou sua participação na SECCO fora do negócio. A Sinopec comprou a participação da BP por US$ 1,7 bilhão em 2017.
Em 2021, a Ineos então comprou a outra grande parte dos negócios petroquímicos da BP – suas operações de aromáticos e acetil – por US$ 5 bilhões. A compra incluiu sites em Chongqing, Nanjing e Zhuhai, na China.
Como parte do acordo com a Sinopec, a Ineos também está formando uma joint venture ABS. A parceria incluirá uma planta que a unidade Styrolution da Ineos já está construindo em Ningbo, na China. As empresas planejam construir duas fábricas adicionais; uma em Tianjin e outra em um local ainda a ser definido.
A Ineos comprou duas fábricas de poliestireno da TotalEnergies em Ningbo e Foshan, na China, em 2019. “A colaboração com a Sinopec permitirá que continuemos a crescer na China de forma mais rápida”, declarou Steve Harrington, CEO da Ineos Styrolution, em comunicado.
Também em Tianjin, a Ineos e a Sinopec construirão uma planta de HDPE que será concluída até o final de 2023. As empresas esperam, depois disso, construir duas plantas adicionais que se concentrarão em tipos de HDPE usados em tubos.
Steve Lewandowski, vice-presidente de olefinas da consultoria Chemical Market Analytics, afirmou que os acordos da Ineos com a Sinopec criam uma oportunidade para estabelecer uma presença no país em rápida evolução.
Cerca de 80% da produção mundial de ABS está na Ásia, pois a demanda regional pelo polímero para fazer produtos acabados é muito forte. O apetite por novas plantas de polietileno também é intenso, já que a China ainda importa de 20 a 25 milhões de toneladas métricas por ano de produtos contendo eteno, principalmente polietileno.
Lewandowski não acredita que esse negócio irá tirar o foco da Ineos dos projetos que ela tem em outras regiões. Por exemplo, a empresa está construindo um cracker de etileno na Bélgica, o único projeto desse tipo na Europa Ocidental. “Acho que eles são grandes o suficiente para lidar com tudo”, afirmou ele.
No entanto, Lewandowski adverte que, se a Europa continuar a ver custos de energia extremamente altos, em grande parte devido à sua dependência do gás natural russo, o prognóstico para o investimento petroquímico na região poderá enfraquecer.
Fonte: C&EN
Notícias do setor petróleo e gás você encontra aqui no portal da indústria brasileira, Indústria S.A.