Kia é a mais recente montadora a ponderar sair da Rússia
A Kia Corp. vê a volatilidade aumentando na Rússia com a prolongada guerra na Ucrânia e, no pior cenário, pode fechar completamente seus negócios, disse um executivo na terça-feira.
“Se você me perguntar um fator negativo para as vendas, eu diria que a volatilidade na Rússia pode acelerar no próximo ano e o próprio mercado automobilístico pode fechar completamente por um tempo”, disse Woo-Jeong Joo, vice-presidente executivo da Kia, durante uma teleconferência de resultados. . “Podemos considerar fazer apenas um negócio de pós-serviço, porque basicamente não podemos fornecer carros lá.”
As vendas da Kia na Rússia caíram quase 65 por cento este ano até setembro, com cerca de 57.000 carros entregues no país, contra um declínio de 4,1 por cento nas vendas globais.
A Kia fabrica carros na Rússia em uma fábrica em São Petersburgo administrada pela afiliada Hyundai Motor. A instalação tem capacidade anual de 200.000 carros e emprega cerca de 2.200 trabalhadores, de acordo com o site da Hyundai.
A Kia divulgou na terça-feira lucro operacional para o terceiro trimestre que ficou abaixo das estimativas médias dos analistas.
A montadora se juntaria a uma longa lista de empresas que também reduziram sua exposição na Rússia após a invasão da Ucrânia no final de fevereiro.
O Grupo Volkswagen está procurando um investidor para assumir sua fábrica em Kaluga, onde a produção foi interrompida logo após o início da guerra na Ucrânia.
A Toyota Motor anunciou que deixará de fabricar veículos no país.
A Mazda Motor está considerando uma saída permanente , disse a empresa japonesa.
A Nissan disse que entregará seus negócios na Rússia a uma entidade estatal por 1 euro (US$ 0,97), tendo um prejuízo de cerca de 100 bilhões de ienes (US$ 687 milhões).
A Renault decidiu vender sua participação majoritária na AvtoVAZ para um instituto de ciências russo. O acordo, no entanto, inclui uma opção de seis anos para recomprar a participação.
A Kia foi a marca número 2 em vendas na Rússia no ano passado, com seus modelos comandando uma participação de 12,3 por cento, atrás da rival local AvtoVAZ, com uma participação de 21 por cento, segundo dados da AEB, com sede em Moscou. A Hyundai ficou em terceiro lugar com 10% de participação.
No ano passado, a Kia teve quatro carros no ranking dos 25 mais vendidos do país, liderado pelo Rio com um volume de 82.941, mostram os números da AEB.
Joo também disse que as interrupções na cadeia de suprimentos na Rússia e na China devem continuar no quarto trimestre. Ele se recusou a comentar quando perguntado se a Hyundai estava planejando vender sua fábrica na Rússia.
As vendas da Kia em 2021 no país representaram cerca de 6% do total, de acordo com a Samsung Securities.
Fonte: Automotive News