
Mercado automotivo vira-se para os usados e preços disparam
A crise de semicondutores está travando a produção automotiva mundial e aumentando cada vez mais os prazos de entrega, mas o mercado das quatro rodas encontrou um escape: os veículos usados.
O aumento da procura por carros seminovos, ou já com alguns anos de estrada, é notório nos principais mercados mundiais, e já motiva, inclusive, a importação para atender as demandas, o que já se reflete nos preços.
Desde 1995 que não se vendiam tão poucos carros zero-quilômetro, de acordo com os dados de setembro, divulgados pela Associação de Fabricantes Europeus (ACEA), que anunciou uma quebra de 23,1% na matrícula de veículos ligeiros de passageiros.
Em Portugal, a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) estima que o preço dos carros usados tenha subido mais de 10% e a Associação Portuguesa do Comércio Automóvel (APDCA) tem dados que indicam um aumento de 1,8% na importação de carros usados.
No Reino Unido, um estudo da “Auto Trader” diz que o preço médio de carros usados na semana passada era 23,9% mais caro do que na mesma semana há um ano, e revela ainda que 17% dos veículos com menos de um ano de uso já estão sendo vendidos mais caro do que custaram os novos.
Em termos globais, um estudo da Cox Automotive estima que em agosto registrou-se um aumento de 19% no preço de carros usados em relação ao mesmo mês do ano passado.
Na Dinamarca, “há demasiado tempo de espera por carros novos, por isso as pessoas estão procurando mais os veículos seminovos”, explica Ilyas Dogru, da Federação Dinamarquesa de Motoristas, acrescentando que este aumento da procura pela segunda mão “significa também que a marcação para carros usados está quase esgotada”.
A diminuição de oferta de usados está levando os grandes vendedores a procurar veículos de segunda mão noutros países, portanto, um novo mercado se abre na importação de alguns países, como por exemplo Portugal.
A grande procura está aumentando também o tempo de espera pelos carros usados. Ainda não é um período tão longo como os carros novos, mas já está deixando algumas concessionárias com a oferta reduzida.
“Temos apenas três carros no espaço dedicado aos usados. Normalmente são entre 25 e 30 carros”, disse Bjarne Pape, diretor-geral da concessionária Honda-Hyundai, em Copenhague.
O momento, no mercado de automóvel, é para vender os veículos usados, sabendo-se que os novos estão indisponíveis pela falta de semicondutores e que, já num período de transição energética, os elétricos ainda não são para todas as carteiras Mercado automóvel.
Fonte: Euro News