BREAKING NEWS

Publicidade

A segurança alimentar global depende do potássio doméstico do Brasil

A segurança alimentar global depende do potássio doméstico do Brasil

Publicidade

A Brasil Potash comenta a situação do setor agrícola do país:

O setor agrícola do Brasil é de fundamental importância para a segurança alimentar global. O setor é responsável por cerca de 30% do PIB do Brasil e, ao contrário de todas as outras economias sul-americanas, garantiu ao Brasil um enorme superávit comercial, reconhecido recentemente pelo economista-chefe do IIF, Robin Brooks, quando disse: “O enorme superávit comercial do Brasil este ano é descartado como um evento atípico, mas não é. Tem havido um movimento gradual no sentido de exportações agrícolas cada vez maiores que alimentam o excedente comercial. Este superávit comercial não é uma exceção. É uma transformação duradoura.

Só este ano, o Brasil deverá ultrapassar novamente os 100 mil milhões de dólares em exportações agrícolas. Nenhuma outra economia sul-americana desfruta da força da moeda brasileira, dos elevados níveis de emprego e das reservas cambiais. Embora o Brasil tenha algumas questões econômicas não resolvidas, graças aos agricultores brasileiros, às muitas empresas do setor e ao governo brasileiro nos níveis federal e estadual, o Brasil tem uma base sólida para a criação e distribuição equitativa de riqueza.

Este período de instabilidade global afectou não só a segurança alimentar, mas também o acesso e o preço de produtos essenciais. No caso do Brasil, o potássio não é apenas estratégico, mas possivelmente o mais vulnerável. A produção agrícola do Brasil depende de fertilizantes. Destes, o potássio é da maior importância estratégica, pois torna as plantas mais resistentes aos efeitos da seca, das temperaturas extremas e da infestação de insectos. O mercado de exportação de potássio é dominado por três países produtores, Canadá, Rússia e Bielorrússia, que historicamente fornecem pouco mais de 80% do mercado. Nenhum outro mercado global de fertilizantes é controlado por um grupo tão pequeno de países. A invasão russa da Ucrânia e as restrições comerciais impostas à Rússia e à Bielorrússia pelos EUA, Europa e muitos outros, levaram a um aumento do preço do potássio de 250 dólares/t para mais de 1200 dólares/t. Os agricultores brasileiros enfrentaram não apenas um aumento maciço nos custos, mas também a possibilidade de interrupção dos embarques de cloreto de potássio. Isto levou a uma agitação de actividade diplomática para garantir que o fornecimento de potássio não fosse afectado por restrições comerciais, resultando, além disso, na consequência não intencional de pagamentos significativos à Rússia enquanto esta invadia a Ucrânia. Com importações de quase 14 milhões de toneladas, se o potássio tivesse permanecido em US$ 1.200, o Brasil teria pago mais de US$ 16 bilhões. Uma consequência trágica, considerando que o Brasil possui uma das maiores reservas de potássio do mundo.

O Brasil importa 98% de seu potássio. O uso aumentou de cerca de 10 kg/ha. acima de 100 kg/ha. com o aumento correspondente nos rendimentos agrícolas por hectare. Assim como o Canadá, a Rússia e a Bielorrússia, o Brasil possui um depósito de potássio de classe mundial, remanescente de um antigo mar, cerca de 850 m abaixo da superfície do Estado do Amazonas. Essa jazida pode ser explorada e processada, utilizando a mesma tecnologia do Canadá, para extrair o minério (sal), separar o potássio e devolver o material restante (rejeitos de cloreto de sódio) ao subsolo. Na verdade, do ponto de vista ambiental, este projeto tem enormes impactos positivos de CO2, considerando que o potássio canadense é transportado por quase 20.000 km para chegar aos grandes produtores de soja do Brasil em Mato Grosso e, mais importante, será produzido com energia elétrica verde (o Brasil tem 84%+ energia renovável na sua rede).

Embora os benefícios estratégicos para o Brasil e para a segurança alimentar global sejam claros, também há benefícios substanciais para as comunidades indígenas Mura. É irónico que os agricultores brasileiros paguem royalties às comunidades indígenas, não no Brasil, mas no Canadá, através das empresas mineiras canadianas que operam perto das comunidades indígenas em Saskatchewan e que produzem o potássio exportado aos agricultores brasileiros. A Canpotex, uma empresa canadense criada por produtores canadenses de potássio para exportar e vender potássio, comemorou recentemente a venda de mais de 50 milhões de toneladas ao Brasil. A um preço médio de cerca de US$ 350/t, o Brasil pagou aos exportadores canadenses US$ 17,5 bilhões de dólares por um produto prontamente disponível no Brasil. As comunidades indígenas no Canadá beneficiam de diversas formas, incluindo pagamentos de royalties para melhorar o bem-estar da comunidade, empregos diretos e o fornecimento de bens e serviços de empresas de propriedade indígena. O Conselho Indígena Mura (CIM), representando 36 tribos e mais de 12.000 povos indígenas da região local do projeto de potássio Autazes (o projeto), votou esmagadoramente a favor do projeto, após um processo de consulta livre, prévio e informado que eles estabeleceram. O projeto não está em uma reserva, o produto é fundamental para o Brasil e seus agricultores, e os benefícios podem e devem ser compartilhados com os moradores de Autazes, as comunidades indígenas locais e o Estado do Amazonas, ao mesmo tempo que contribuem significativamente para a segurança alimentar global.

Fonte: worldfertilizer

CATEGORIAS