
Stellantis alerta que mercado automotivo poderá colapsar se os preços dos Evs não ficarem mais acessíveis
Uma das maiores montadoras da Europa alertou, após um acordo para eliminar os motores de combustão, que a indústria automotiva estará condenada, caso os veículos elétricos não fiquem mais baratos.
A Stellantis pretende reduzir o custo de fabricação de veículos elétricos em 40% até 2030, declarou o diretor de fabricação Arnaud Deboeuf na quarta-feira. A fabricante de Fiats, Carneiros, Jeeps e Peugeots, entre outros, planeja fabricar algumas peças internamente e também pressionar os fornecedores a reduzir o preço de seus produtos.
“Se os veículos elétricos não ficarem mais baratos, o mercado entrará em colapso”, afirmou Deboeuf na fábrica da empresa em Tremery, na França. “É um grande desafio.”
A Stellantis planeja lançar mais de 75 modelos totalmente elétricos até 2030 e direcionar algumas de suas fábricas de automóveis francesas para a fabricação de veículos elétricos. Apesar dos gastos excessivos, a empresa espera manter bons resultados, contando com receita extra de software e serviços, bem como com alguns veículos premium.
Os preços dos veículos elétricos estão subindo rapidamente. A Tesla elevou os preços em até US$ 6.000 por carro este mês, após aumentos semelhantes no início deste ano da Rivian, Hummer e Ford. O aumento dos custos das matérias-primas está tornando alguns modelos movidos à bateria não lucrativos, informou o diretor financeiro da Ford, John Lawler, em uma conferência com investidores no início deste mês.
Os países da União Europeia endossaram esta semana um esforço para eliminar as emissões de carbono dos carros novos até 2035. Com os legisladores da UE a favor do abandono dos combustíveis fósseis na indústria automobilística, é altamente provável que a maioria dos fabricantes tenha que mudar para a produção de EVs em pouco mais de uma década.
“Embora a Stellantis cumpra a decisão, os formuladores de políticas parecem “não se importar” se as montadoras têm matérias-primas suficientes para sustentar tal mudança”, disse o presidente-executivo Carlos Tavares na quarta-feira.
A maior demanda por baterias de veículos elétricos entre 2024 e 2027 beneficiará os produtores asiáticos e “colocará em risco” a produção de células no Ocidente, declarou Tavares durante uma visita à fábrica em Metz, no Nordeste da França.
A Stellantis está desenvolvendo cinco grandes fábricas de baterias na América do Norte e na Europa para produzir 400 gigawatts-hora de células até 2030. Tavares acrescentou que a empresa não descarta a compra de uma mina para garantir o fornecimento de matéria-prima.
A empresa também está considerando até que ponto poderá produzir sua própria energia para amortecer o aumento dos preços, em caso de interrupções no fornecimento como resultado da invasão russa na Ucrânia.
“Temos áreas significativas onde poderíamos colocar painéis solares”, disse Tavares.
Os executivos da empresa mostraram como a montadora está transformando algumas de suas fábricas francesas de motores a combustão e caixas de câmbio para fabricar peças para veículos elétricos. Tavares não ofereceu garantias de que todas as fábricas europeias farão a transição, afirmando que tudo dependerá do mercado automobilístico geral conseguir se manter.
Fonte: Automotive News
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