A indústria brasileira e a energia limpa: uma nova era
A indústria brasileira será tanto uma promotora quanto uma beneficiária do desenvolvimento da energia limpa e renovável no país. Esta foi a avaliação de Rafael Cervone, presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), durante o evento Estadão Think “Neoindustrialização apoiada pela Transição Energética”, realizado em São Paulo em parceria com Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI. Segundo Cervone, a transição energética é crucial para a sobrevivência e evolução da indústria, que atualmente consome 30% da energia no Brasil e 40% da energia elétrica.
A indústria e energia limpa já se destacam no cenário nacional, com 45% da matriz energética proveniente de fontes renováveis, um avanço significativo comparado à média global de 15%. O Brasil tem a capacidade de expandir ainda mais essas fontes, como demonstram as estatísticas atuais. O potencial energético do país é impressionante, com 84,3% dos 200 Gigawatts da potência instalada provenientes de fontes renováveis, destacando o avanço da energia eólica, solar e de biomassa.
A crise climática e o papel da indústria
A emergência climática é um desafio global, como enfatizou Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI. Ele destacou as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas como sinais de que o clima extremo se tornará cada vez mais frequente. Lucchesi alertou que a humanidade precisa interromper o aumento das emissões de carbono para evitar um caminho de autodestruição. Ele defende uma mudança urgente na matriz energética, uma posição compartilhada por muitos líderes no evento.
O diretor-presidente do Grupo Estado, Erick Bretas, reforçou que a energia limpa no Brasil deve ser uma prioridade nas políticas de transição energética. Ele também destacou a importância da economia circular como uma alternativa ao modelo tradicional de produção, que precisa ser substituído por uma abordagem mais sustentável.
Desafios e oportunidades no setor energético
Josué Gomes, presidente da Fiesp, afirmou que o Brasil tem um imenso potencial para oferecer energia limpa e barata para a indústria, especialmente através da biomassa e da energia eólica. No entanto, ele alertou sobre os interesses de certos grupos que pressionam o Congresso para aprovar leis que beneficiam segmentos específicos, como a indústria petroquímica, que busca subsídios em detrimento do desenvolvimento energético do país.