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Rússia alerta sobre petróleo a US$ 300 e ameaça cortar gás europeu se Ocidente proibir importações de energia

Rússia alerta sobre petróleo a US$ 300 e ameaça cortar gás europeu se Ocidente proibir importações de energia

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A Rússia ameaçou fechar um importante gasoduto para a Alemanha e alertou para os preços do petróleo a US$ 300, caso o Ocidente prosseguir com a proibição de suas exportações de energia.

“É absolutamente claro que a rejeição do petróleo russo levaria a consequências catastróficas para o mercado global”, declarou o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak na segunda-feira em um discurso na televisão estatal.

“O aumento nos preços seria imprevisível, em torno de US$ 300 por barril, se não mais.

Novak também citou a decisão da Alemanha no mês passado de interromper a certificação do altamente controverso gasoduto Nord Stream 2, dizendo: “Temos todo o direito de tomar uma decisão correspondente e impor um embargo ao bombeamento de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1”.

“Até agora, não tomamos tal decisão”, disse Novak. “Mas os políticos europeus com suas declarações e acusações contra a Rússia nos empurram para isso.”

Seus comentários vêm de encontro com o ataque da Rússia à Ucrânia, que está em sua segunda semana, com a já terrível crise humanitária prevista para piorar à medida que o Kremlin continua sua invasão.

A ONU declarou que 1,7 milhão de refugiados deixaram a Ucrânia desde que a invasão russa ao país começou em 24 de fevereiro, descrevendo-a como “a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.

Os EUA estão considerando a possibilidade de impor uma proibição às exportações de petróleo e gás da Rússia como forma de punir Moscou.

No entanto, a Alemanha, a Holanda e o Reino Unido parecem se afastar de um embargo coordenado do Ocidente às exportações russas de energia.

Analistas de energia alertaram que a proibição do petróleo e gás da Rússia teria repercussões sísmicas nos mercados de energia e na economia mundial.

A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás dos EUA e da Arábia Saudita, e o maior exportador mundial de petróleo para os mercados globais. É também um grande produtor e exportador de gás natural.

A União Europeia recebe cerca de 40% do seu gás por meio de gasodutos russos, vários dos quais passam pela Ucrânia.

Novak: ‘Estamos prontos para isso’

“Os políticos europeus precisam alertar honestamente seus cidadãos e consumidores sobre o que esperar”, disse Novak.

“Se você quer rejeitar o fornecimento de energia da Rússia, vá em frente. Estamos prontos para isso. Sabemos para onde podemos redirecionar os volumes”, acrescentou, sem dar mais detalhes.

Os preços do petróleo subiram para máximas, em 14 anos, na segunda-feira, com os participantes do mercado de energia focados na perspectiva de sanções totais às exportações de energia da Rússia.

Os contratos futuros do petróleo Brent de referência internacional subiram 2,1%, sendo negociados a US$ 125,75 o barril na manhã de terça-feira em Londres, enquanto os contratos futuros do West Texas Intermediate subiram 2%, a US$ 121,83.

Os formuladores de políticas europeias estão sob imensa pressão para acabar rapidamente com sua dependência dos combustíveis fósseis russos, principalmente porque os países importadores de energia continuam a reabastecer o cofre de guerra do presidente Vladimir Putin com receitas de petróleo e gás diariamente.

De fato, a receita do petróleo e do gás russo foi considerada responsável por cerca de 43% do orçamento federal do Kremlin entre 2011 e 2020, destacando como os combustíveis fósseis desempenham um papel central para o governo russo.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu aos aliados ocidentais que imponham um “embargo total” ao petróleo e gás russos, dizendo via Twitter que “comprá-los agora significa pagar pelo assassinato de homens, mulheres e crianças ucranianos”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou à NBC no domingo que o governo do presidente Joe Biden estava em “discussões muito ativas” com governos europeus sobre a proibição de importações de petróleo e gás natural russos.

As sanções ocidentais impostas à Rússia sobre a invasão até agora foram cuidadosamente construídas para evitar atingir diretamente as exportações de energia do país, embora já haja sinais de que as medidas estão inadvertidamente levando bancos e comerciantes a evitar o petróleo russo.

‘Processo passo a passo’

O chanceler alemão, Olaf Scholz, rejeitou nesta segunda-feira os pedidos para proibir o petróleo e o gás russos, dizendo que tal medida poderia colocar em risco a segurança energética da Europa, e que as importações de energia da Rússia são extremamente importantes para a vida cotidiana dos cidadãos.

Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pareceu se alinhar com Scholz da Alemanha ao se afastar dos planos de impor um embargo de petróleo à Rússia.

“Você não pode simplesmente encerrar o uso de petróleo e gás da noite para o dia, mesmo da Rússia. Obviamente, isso não é algo que todos os países do mundo possam fazer”, afirmou Johnson.

Fonte: CNBC

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