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Tecnologia pode ser um gargalo na transição da reforma tributária

Tecnologia pode ser um gargalo na transição da reforma tributária

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Ao longo dos próximos 10 anos de transição previstos, a indústria precisará conviver com a coexistência de dois sistemas tributários distintos e, ainda, se preparar operacionalmente para abraçar as mudanças.

Valmir Hammes, especialista em legislação tributária e Head de Produto na Senior Sistemas

A reformulação do modelo tributário brasileiro foi um dos movimentos políticos mais aguardados pelas indústrias, pois representam o setor que mais deve se beneficiar com as mudanças. Porém, segundo a consultoria Deloitte, muitas empresas ainda não estão se preparando adequadamente para isso. Mesmo com a aprovação da emenda constitucional, menos da metade das empresas brasileiras (46%) realizou esforços para medir o impacto da reforma tributária em seus negócios.

Se pensarmos especificamente nas indústrias, esse impacto promete ser bastante positivo. No atual sistema, cinco diferentes tributos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS – impactam o fluxo tributário da indústria. Após a reforma, apenas dois impostos passam a existir: CBS, que unifica PIS, Cofins e IPI, e IBS, representando o aglomerado do ICMS e ISS, taxas estaduais e municipais, respectivamente. Por trás dessas alterações, há também a fixação de uma alíquota média de 26,5% e a premissa da não-cumulatividade, gerando uma diminuição que pode chegar até 6% na carga tributária para a indústria.

Agora, com as definições gerais bem estabelecidas, o debate acerca das leis complementares ganha força dentro da cúpula de Brasília. Entretanto, em paralelo, a indústria enfrenta a necessidade de se preparar e entender cenários de atuação nos próximos 10 anos, período transicional até a implementação integral da reforma.

Tecnologia é aliada para a transição

Por ter implementação gradativa, a indústria deverá enfrentar a coexistência de dois sistemas tributários que caminham juntos até o fim da transição total do novo formato. Nesse momento, contar com uma tecnologia robusta, que garanta segurança no tratamento de dados, é essencial. Até 2027, a expectativa é que haja mudanças de natureza técnica, com a implementação de um novo sistema de cobrança. Depois disso, até 2033, haverá mudanças de caráter fiscal.

Por mais que nada aconteça de forma repentina, é preciso que as indústrias entendam que tipo de estrutura devem implementar para abraçar e se beneficiar das mudanças. Contar com um ERP bem atualizado e treinar equipes é o mínimo que se espera de planejamento.

Tecnologia para logística ganha destaque

O atual sistema tributário impacta diretamente na construção da malha logística das grandes indústrias, uma vez que o imposto é baseado na origem. Por isso, as corporações foram obrigadas a buscar benefícios fiscais e alíquotas menores sobre o ICMS, em prol da competitividade.

Com a reforma, o cenário se altera. Baseando a tributação na região de consumo, a indústria conquista maior liberdade em definir seus centros logísticos. À medida que a autonomia aumenta, o planejamento para os próximos anos se torna ainda mais relevante. É necessário que cada indústria repense sua logística e a localização de seus centros de distribuição, para compreender os benefícios em realocá-los ou não.

A tecnologia se torna peça estratégica na condução desse movimento. Com a imensidão de possibilidades, ter acesso a dados, poder analisá-los, realizar estimativas e desenhar cenários será essencial para ganhar eficiência e clareza na tomada de decisões.

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